O filme registra o encontro de dois ex-guerrilheiros do Sendero Luminoso. Após 19 anos sem se ver, Laura e Ramón reúnem-se para se divorciar. E relembram o passado numa caminhada pelas ruas de Lima.
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Laura e Ramon, em Miraflores, Lima |
O passeio revela alguns pontos turísticos da capital do Peru. Eles deixam o fórum. E seguem para Miraflores. Ramón pergunta sobre a Puente de Los Suspiros. Depois, almoçam em Barranco, bairro aristocrático.
Laura, agora, trabalha em uma agência de publicidade. Cria marcas para empresas. Ramón, divorciado e com dois filhos, trabalha no Sude. Um banco de microcréditos. Ela mora em Lima. E ele, em Cusco.
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Laura e Ramon, nas Ruas de Lima |
Os contrastes logo se evidenciam. Laura distanciou-se dos ideais maoistas. Ramón conserva a ideologia. Por insistência dele, Laura revela os motivos que a levaram a abandoná-lo, sem explicações, duas décadas antes.
A conversa, em geral, descontraída, revela, por vezes, momentos de tensão. Laura, espirituosa, procura direcionar o papo para assuntos leves. E com aparente rancor, Ramón insiste em mexer nas feridas do passado.
Numa cena, Laura diz, que por algum tempo, foi amante do atual companheiro. E a esposa dele, ao tomar conhecimento, espalhou no clube que Laura era prostituta. O pai de Laura morreu logo após o escândalo.
Laura fala sobre a enorme decepção do pai. Descobrir que a sua princesa era puta e ex-guerrilheira. E brinca. Diz que para o pai era mais fácil aceitar uma filha puta, do que uma filha comunista.
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Ramon e Laura na Oficina Mecânica |
“La Ultima Tarde” questiona os ideais de esquerda, sem derrapar para a grosseria. Como diz a frase de origem incerta: “Quem não foi socialista aos 20 anos não tem coração; quem continua sendo aos 40 não tem cérebro”...
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